quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Promessas de Ano Novo

"A partir do início do próximo ano, do início mesmo, de primeiro de janeiro em diante, sairei do sedentarismo; praticarei atividade física com regularidade, como jamais fiz até então em minha vida.
Cuidarei melhor da minha alimentação. Comerei apenas comida com pouco sal, livre de gorduras prejudiciais ao organismo, repleta de fibras, vitaminas e sais minerais e de fácil digestão, enfim, mudarei meus hábitos para melhor..."
Quantas vezes prometemos isso? Por quantos anos estamos postergando estas mudanças?
O que mais tenho escutado, ultimamente, no consultório é: "agora com as férias ficará mais fácil entrar na linha...fazer a dieta...praticar atividade física..." e me pergunto: "depois das férias?" Férias  são por 10-15-30 dias no ano, e o resto?
Temos que nos conscientizar que a mudança deve ser perene, duradoura, para os 365 dias do ano, para todos os anos de nossas vidas...e isso implica em sacrifícios, em luta, em realmente querer e decidir mudar, porque as doenças (e sejam elas obesidade, diabetes, pressão alta, colesterol alto, desnutrição...) não escolhem qual época do ano e qual ano vão aparecer e mudar sua vida...elas simplesmente aparecem e aí, por obrigação, temos que mudar a vida....algo que poderia ter sido evitado se tivéssemos realizado nossa promessa de ano novo....
Um professor meu dizia: " quem não tem tempo agora para cuidar da sua saúde (praticar atividade física, ter bons hábitos alimentares) terá que arranjar tempo mais tarde para cuidar de suas doenças"
Neste final de ano, vale a pena refletir...e tomar uma atitude!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Seu peso e o Final do Ano

Escrevo este post devido às dúvidas dos pacientes nestas festas de Natal, Ano Novo, confraternizações de empresas, amigos secretos...como manter o peso e a alimentação saudável?
Primeiramente, temos que nos conscientizar que Confraternizações não foram feitas para comermos...como o próprio nome já diz, é para confraternizar! A nossa pressão do dia-a-dia, o marketing da indústria alimentícia, os hábitos da vida moderna nos levam a pedir comidas prontas, comprar salgadinhos, tortas, doces com a intenção de servir bem a quem gostamos, quando deveríamos nos preocupar em expressar nossa admiração, carinho, respeito não através do alimento - que serve para nutrir nosso corpo - mas através dos gestos de abraço, carinho, beijo...então, antes de ir à uma festa, lembre-se de expressar seus sentimentos através de boas atitudes, e não comendo tudo que lhe oferecem...
Em segundo lugar, escolha o que pretende comer. Procure se informar do cardápio antes da festa e planeje sua alimentação baseado na dieta que está seguindo. Se não tiver escapatória e o cardápio é um rodízio de pizza, se esforce para comer o mínimo necessário para te satisfazer. Hoje em dia os rodízios já oferecem buffet de salada, priorize ele! Lembre-se, comer em excesso causa mal-estar físico e psicológico (dores abdominais, náuseas, desânimo, sensação de impotência ou culpa), não deixando de ser uma auto-agressão ao seu corpo, que necessita de nutrientes para sobreviver, não de excesso de comida para estocar como se fôssemos passar por longos anos de jejum...
Quanto às bebidas, escolha as menos calóricas. Prefira água ou suco natural, em último caso, refrigerante light. Se for brindar, limite-se realmente ao mínimo para o brinde, evite excessos, que além do ganho de peso podem causar náuseas, dor de cabeça, inchaços.
Por último, mas não menos importante, se exagerou, paciência, perdoe-se e siga em frente. Nada de compensar pulando refeições ou comendo só alface no dia seguinte...volte já na próxima refeição para sua dieta e compense na atividade física: caminhe 30 min a mais por dia, ande de bicicleta com a família nos parques, troque o elevador do seu prédio pelas escadas, desça 2 paradas antes da sua casa e vá a pé....enfim, mexa-se para gastar as calorias a mais que ingeriu...
Boas festas a todos!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O milagre do óleo de côco?

Venho escrever este post da mais nova "febre" do consumo alimentar: o Óleo de Côco Virgem! Por ser bem palatável, é de fácil utilização para quem procura aliar uma dieta saudável, atividade física e tratamento de patologias como obesidade e colesterol alto.

O óleo de coco virgem não é um medicamento, e sim um alimento complementar
coadjuvante na prevenção de diversas doenças. Por isso, deve ser consumido
diariamente para que o organismo obtenha uma reserva de ácidos graxos, presentes nele.
Não há uma dose certa a ser recoemndada justamente por não ser um medicamento, devendo prevalecer o bom senso adotado para outros alimentos associados a benefícios de saúde como o chocolate amargo, o vinho tinto, o chá verde e outros. Nos países onde o consumo do óleo de coco faz parte da rotina alimentar, o uso pode ser equivalente a 30 a 45 mL por dia (2 a 3 colheres das de sopa ao dia). Pessoas em dietas com restrição de gorduras (hipolipídicas), devem começar com pequena quantidade (1 col chá/dia) e avaliar com seu médico ou nutricionista seu uso.
   Na aquisição é fundamental a certificação de que óleo é extraído a frio, ou seja, que ele seja extra virgem / virgem, e não refinado.O óleo virgem tem uma capacidade antioxidante maior que o refinado, provavelmente pelos seus compostos fenólicos.
LEMBRE-SE: Nenhum alimento faz milagre. A melhor forma para perder peso e tratar doenças é aliar uma alimentação saudável à prática de exercícios físicos.

Onde encontrar "Óleo de Côco Virgem Dr. Orgânico" (Porto Alegre - RS):
Farmácia ARS Curandi
Praça Conde de Porto Alegre, 16
Centro
Tel.: (51) 3228-6933
Reserva Natural Farmácia de Manipulação
Rua Mostardeiro, 170
Independência
Tel.: (51) 3222-4892
De Conto Farmácia de Manipulação
Av. Independência, 546
Independência
Tel.: (51) 3225-2767


domingo, 13 de novembro de 2011

Segredos da alimentação


Existem pequenos detalhes que colaboram para uma alimentação mais saudável e mudanças nos nossos hábitos, que são como segredos, eles existem, mas por vezes esquecemos no nosso subconsciente e necessitamos que alguém nos lembre deles.  Para isso estou aqui hoje, transmitir estes pequenos segredos...
1) Mastigar para saborear e ter mais saúde: comer é muito mais do que um ato social ou uma forma de nutrir o corpo, é um investimento a longo prazo! Mastigar bem é um dos elementos fundamentais para o sucesso de uma dieta alimentar. Por meio da mastigação lenta e prazerosa, pode -se ter saciedade precoce. Assim, ao comer menos, há menor tendência a ganho de peso, melhor digestão e mais saúde.
A mastigação ativa a salivação que, entre outras funções, dá início ao processo digestivo ainda na boca. É também responsável pela trituração dos alimentos: quanto menor estiverem, melhor será a digestão de seus nutrientes pelo intestino, contribuindo para absorção.
2) Ficar mais de 4 horas sem comer engorda: quando se fica muito tempo sem comer, ocorre queda dos níveis de açúcar no sangue, que pode causar irritabilidade, tonturas, dor de cabeça e...fome! O apetite se torna voraz, comprometendo a velocidade da mastigação, a seleção e a quantidade de alimentos que será ingerida. Além disso, há uma desaceleração do metabolismo, pois para suprir longos períodos sem ingestão de energia, o corpo gasta as calorias de forma mais lenta, além de absorver maiores quantidades de gordura, como se estivesse criando uma reserva.
3) Prefira os crus: além de serem ricos em viatminas, minerais e fibras, são mais facilmente digeridos. Quando são cozidos, enlatados, fervidor ou pasteurizados, algumas propriedades naturais são destruídas.
4) Aumente o consumo de fibras: elas devem estar presentas em todas as refeições, são encontradas em verduras, frutas e grãos, ajudam a regular o sistema intestinal, colaboram para redução do colesterol ruim e a diminuição dass doenças cardiovasculares. Também regulam a absorção de açúcares e aumentam a sensação de saciedade. Numa refeição sem fibras, os carboidratos são rapidamente digeridos, o que resulta num pico de insulina que traz o retorno da sensação de fome.
5) Exercite corpo e mente: ao sair do sedentarismo, o metabolismo acelera 30% e ajuda na perda de peso. Eles também auxiliam na melhora ds força e do tônus muscular, da flexibilidade, fortalçecem ossos e articulações, reduzem a pressão arterial, diminuem o risco de diabetes e do colesterol ruim, melhoram o fluxo sanguíneo para o cérebro. Contribuem, com isso, para o bom humor e a auto-estima e ajudam na redução da ansiedade e estresse.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

VOCÊ DEVE SABER

1- Das doenças que mais matam no mundo, 5 podem estar diretamente relacionadas a uma dieta de má qualidade: Obesidade, infarto, derrame (ou isquemia), diabetes e câncer;
2- Calcula-se que as pessoas que jejuam acabam por consumir 30% a mais de comida do que o necessário após o período de jejum (aqui inclui quem não tem o hábito de tomar café da manhã);
3- Os cereais perdem até 95% das suas fibras quando são refinados;
4- Fique atento aos rótulos dos alimentos: eles indicam a quantidade de sódio e não de sal (2,4g de sódio = 6g de sal) - o recomendado por dia é 5g de sal, o equivalente a 1 col de chá;
5- A prática de exercícios físicos acelera o metabolismo: com meia hora/d o corpo aumenta, em média, 30% de queima de calorias;
6- Quanto mais massa muscular, mais acelerado será o metabolismo individual. O organismo gasta 17 vezes mais energia para músculos do que para manter gordura no corpo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ovo - mocinho ou bandido?

   Rico em proteínas, o ovo possui todos os aminoácidos essenciais que o organismo necessita para as funções como imunidade, produção de hormônios e tecidos. Possui vitaminas e minerais que previnem a oxidação no organismo.
  Rico em gorduras insaturadas, seu consumo regular de forma controlada não aumenta o colesterol. Com apenas 70 cal, 1 ovo fornece 6g de proteínas, sendo que 40% está presente na gema. Muitas vitaminas fazem parte da sua composição, como as vitaminas A, D, E, B1, B2, fosfato, B12 e colina. O zinco, selênio, magnésio, ferro, cálcio, fósforo são alguns dos minerais presentes também.
   Como parte de uma alimentação saudável, inclua o ovo na forma cozida, mexida, pochê e como ingrediente de deliciosas receitas, não esquecendo das frutas e verduras!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TIPOS DE DIETAS - PARTE 2

   As dietas tipicamente baseadas em princípios científicos são:

# Dietas ricas em gorduras e pobres em carboidratos: caracterizadas por serem compostas de 55-65% de gordura, menos de 20% de carboidratos e 25-30% de proteínas. Estão entre as mais populares, sendo a mais famosa delas a do Dr. Atkins. Adeptos desta prescrição defendem que uma dieta rica em carboidratos deixa o indivíduo menos satisfeito, resultando em mais fome, maior ingestão de carboidrato, maior produção de insulina, aumento do apetite. Estas dietas, ricas em gordura principalmente saturada, também são ricas em proteínas animais e deficientes em vitamina E, vitamina A, tiamina, vitamina B6, folato, magnésio, potássio e fibras. Portanto, requerem suplementação adequada.
   A perda de peso inicial costuma ser mais rápida comparada a outras dietas, mas no final de 1 ano se     equivalem, conforme vários estudos publicados comparando os tipos de dietas.
   Os riscos desta dieta incluem aumento das taxas de colesterol e ácido úrico, risco de cálculos renais        e    doença cardíaca, portanto só deve ser realizada com acompanhamento médico e de nutricionista.

# Dietas balanceadas: compostas por 20-30% de gorduras, 55-60% de carboidratos e 15-20% de proteínas. Muito utilizada nos Vigilantes do Peso. Elas são calculadas para promover um déficit de 500 a 1000 kcal/d, com um mínimo de 1000 a 1200 Kcal/d para mulheres e 1200 a 1400 para homens. O objetivo é permitir a escolha de maior variedade de alimentos, uma adequação nutricional, maior aderência, resultando em perda de peso mais lenta, às vezes pequena, mas sustentada.

# Dietas pobres em gorduras e ricas em carboidratos: são baseadas em vegetais, frutas, grãos integrais, feijão, moderada quantidade de ovos, lacticínios e produtos derivados da soja. As dietas muito pobres em gorduras são deficientes em vitaminas E, B12 e zinco.

# Dietas de Baixíssimas Calorias (Cetogênicas): provém de 400 a 800 Kcal/d e deve conter 0,8 a 1g/Kg do peso ideal por dia de proteínas de boa qualidade e quantidades diárias recomendadas de minerais, vitaminas e ácidos graxos essenciais. Elas são utilizadas durante 4 a 16 semanas e são efetivas para pacientes que não tiveram sucesso com outro tratamento. É necessária intensa supervisão médica, com exames laboratoriais rotineiros, por risco de alteração da função hepática, renal, distúrbios do potássio, aumento de ácido úrico. Também existem contra-indicações ao seu uso.
   Produzem maior perda de peso na fase inicial, mas estudos mostram que em 1 a 2 anos se equivale as mesmas perdas das dietas convencionais.

Gostaria de salientar que inúmeros estudos comprovaram que a quantidade de calorias ingeridas é mais importante do que a composição da dieta para a perda de peso e que a diminuição da pressão arterial, da glicemia e melhora do perfil lipídico podem ser atribuídos muito mais à restrição de energia e à perda de peso do que a composição da dieta - portanto, a adesão ao que foi prescrito é o fator fundamental para se chegar ao objetivo desejado.

sábado, 15 de outubro de 2011

TIPOS DE DIETAS - PARTE 1

  Primeiramente, devemos repensar o conceito de dieta. A maioria das pessoas a vê como algo temporário para busca de um determinado objetivo. Dieta são os hábitos alimentares individuais, que podem ser saudáveis ou não. Dieta é a forma como nos alimentamos diariamente.
   Pensando numa dieta equilibrada para se manter dentro do peso saudável, as pessoas devem manter uma boa distribuição dos macronutrientes ao longo do dia. As necessidades calóricas dependem do sexo, idade, atividades desenvolvidas ao longo do dia, metabolismo individual, entre outros fatores, mas dentro das calorias necessárias existem porcentagens a serem respeitadas - e quando isso não acontece, pode ocorrer o ganho ou perda de peso.
   Os macronutrientes devem assim serem divididos:
  • Gordura total: 20% da energia, dentre elas - poliinsaturadas: 1/3; monoinsaturadas 1/3 e saturadas 1/3;
  • Colesterol: < 100 mg/1000 cal
  • Carboidratos: 55-60% da energia;
  • Proteína: 12 - 13% da energia;
  • Fibra: 30g/dia;
  • Sal: 5g/dia;
  • Açucar simples: < 10% da energia
   Agora, quando precisamos alcançar um determinado objetivo, devemos avaliar a atual dieta do paciente para propormos as modificações, visando atingir o objetivo e, o mais importante, mante-lo.
   Para o emagrecimento, temos diversas dietas, algumas nutricionalmente corretas e consistentes com bons hábitos alimentares. Outras se apresentam como dietas milagrosas que encorajam práticas irracionais, algumas vezes perigosas,  "as dietas da moda", que passam a ser feitas pela população devido à promoção da mídia.Na maioria das vezes não colaboram para reeducação alimentar, prejudicam a vida social do indivíduo, causam perda de líquidos e massa muscular, restringem muito a alimentação - podendo causar hipoglicemias, tonturas, fraquezas.
   A seguir, resumirei as diferentes abordagens das dietas que podem ser utilizadas para tratar o excesso de peso.
  

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quem está em Risco Nutricional?

   No Congresso Brasileiro de Nutrologia palestrei sobre Risco Nutricional. O conceito atualmente utilizado dá maior importância ao paciente desnutrido, hospitalizado ou acamado. Acredito que o termo possa ser usado de forma mais ampla, pois se analisarmos com atenção, muitas pessoas podem estar em risco nutricional.
   Em primeiro lugar, definimos risco nutricional como qualquer situação em que há presença de fatores, condições ou diagnósticos que possam afetar o estado nutricional do indivíduo. A observação de um ou mais fatores determina a necessidade de assistência especializada.
   Em segundo lugar, estado nutricional é a condição que se encontra o indivíduo em relação a ingestão de nutrientes. Ele decorre essencialmente do equilíbrio entre 3 fatores:
1)      Composição da alimentação (qualidade e quantidade de alimentos ingeridos)
2)      Necessidades do organismo
3)      Nutrientes dos alimentos
Combinações ótimas destes 3 fatores propiciam ao indivíduo um estado nutricional ótimo, compatível com o pleno exercício de todas as suas funções vitais. Podemos chamar, então, de risco nutricional quando ocorre o consumo inadequado de alimentos, em quantidade e/ou qualidade.
   Algumas pessoas possuem insuficiência de consumo, como as GESTANTES (ácido fólico, ferro, vitamina B12 nos casos de gestantes vegetarianas), IDOSOS (sequela de isquemia ou derrame que dificultam a alimentação, isolamento social, depressão), VEGETARIANOS/ VEGANS ( Vitamina B12, ferro, vitamina D, cálcio). Outras pessoas apresentam excesso ou desequilíbrio de consumo, como OBESOS (excesso de açúcar, sal e/ou gordura com deficiência de nutrientes como ácido fólico, vitamina A, zinco, selênio, ferro), DIABÉTICOS, HIPERTENSOS.
   E quem segue as orientações de alimentação saudável - com frutas, verduras, peixes, cereais - pode estar em risco???
   Infelizmente a resposta é : SIM! Não podemos esquecer da contaminação biológica e química dos alimentos.
CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA:
   Os microrganismos patogênicos podem chegar até o alimento por inúmeras vias, sempre refletindo condições precárias de higiene durante a produção, armazenamento, processamento, distribuição ou manuseio em nível doméstico. Pesquisas nacionais evidenciam a contaminação de leite e derivados por bactérias e coliformes fecais; contaminação de verduras e frutas por bactérias causadoras de infecção intestinal em regiões onde são utilizados dejetos de animais como fertilizantes ou água contaminada na irrigação; contaminação de sementes, cereais e farinhas por micotoxinas ( produtos metabólitos dos fungos que, se ingeridos, são prejudiciais ao homem. Ocorrem principalmente em cereais e sementes oleaginosas como o amendoim, o arroz e o milho. Algumas, como Aflatoxina B1 - produzida por Aspergillus -  pode ser carcinogênica)
   As condições inadequadas de armazenamento não apenas favorecem a proliferação dos fungos mas também de ácaros e insetos, que podem deteriorar os produtos.
CONTAMINAÇÃO QUÍMICA:
   Não podemos deixar de citar a contaminação de peixes e frutos do mar por metais pesados. Devido à grande quantidade de dejetos industriais, anualmente toneladas de metais pesados, tais como mercúrio, estanho, prata, cromo, zinco, chumbo, alumínio, cádmio, cobre e arsênio, são lançadas nos rios e mares. Esses elementos metálicos, quando liberados em sistemas aquáticos, são incorporados à cadeia alimentar dos pescados por meio do plâncton. O consumo de pescados contaminados com alto teor de metais pesados pode causar diversos problemas à saúde da população.
   Outra realidade é a contaminação de alimentos (frutas e verduras) por agrotóxicos, que são ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam patologias neurológicas, reprodutivas e neoplásicas.

   O termo “risco nutricional” pode se tornar muito amplo se considerarmos o conceito de estado nutricional e seus 3 fatores interrelacionados. A alimentação dita "saudável", em alguns momentos, pode colocar o indivíduo em risco de complicações.
    Para minimizarmos estes riscos de uma maneira geral, devemos estar atentos não só aos hábitos alimentares e às doenças associadas, mas também aos  locais de procedência do alimento, da compra do produto, à forma de preparo e o armazenamento da alimentação e aos bons hábitos de higiene alimentar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

De 21/09 a 23/09/2011 em São Paulo/SP
Esta semana não haverá post, na próxima escrevo alguma novidade do Congresso.

domingo, 18 de setembro de 2011

Antioxidantes, vitaminas e dietas

   Há evidências científicas que mostram que a dieta rica em frutas e vegetais pode proteger contra uma séria de donças. Entre os principais mecanismos de ação dos vegetais e frutas na prevenção e tratamento de doenças podemos citar atividade antioxidante, estimulação do sistema imune, diminuição do colesterol e pressão arterial, atividade antibacteriana e antiviral.
   Apesar do crescente uso de suplementos vitamínicos, auxiliado pela noção geral e equivocada de que vitaminas são substâncias inofensivas, mesmo em altas doses, não há evidências científicas consistentes que possam embasar a prescrição de algumas vitaminas tanto na prevenção quanto no tratamento de certas doenças.
   As dietas ocidentais apresentam um padrão caracterizado pelo excesso de açúcares simples, gorduras e álcool, além de serem deficientes em nutrientes essenciais como zinco, selênio, vitaminas antioxidantes E, C, A e vitaminas do complexo B, provocando desequilíbrios em função imune, infecções crônicas, obesidade, aterosclerose, alergias e câncer.
   Em contraponto às dietas ocidentais, temos a Dieta Mediterrânea, com caracte´risticas comuns entre alguns diferentes países, como a presneça de antioxidantes em uma boa quantidade, maior consumo de frutas e vegetais, castanhas e cereais, azeite e azeitonas, menos leite e mais queijo, mais peixes e menos carnes vermelhas e quantidade moderada de vinho. Este padrão alimentar significa oferta de vitaminas antioxidantes (C, E), selênio, glutationa, ácidos graxos essenciais, fibras, substâncias antioxidantes como o resveratrol do vinho e os polifenóis do azeite de oliva.
   Em adultos que se alimentam com no mínimo 5 porções de frutas e vegetais durante o dia pode haver menor risco de infarto em 31% dos casos,  em 80% de Diabetes Melitus e em alguns tipos de câncer, como o de mama, estômago, pulmão e intestino, também há diminuição do risco.
   Até o presente momento, fica a recomendação de uma dieta rica e variada, proporcionando o maior consumo de antioxidantes na sua forma natural, como frutas e verduras.

domingo, 11 de setembro de 2011

Dicas para bons hábitos alimentares

1. Uma alimentação equilibrada passa antes pela prática da moderação;
2.O mesmo se aplica para atividade física. Pratique um pouco todos os dias ou pelo menos 3x/semana;
3.Examine os seus hábitos alimentares para detectar os pontos fracos e abandona-los;
4.Controle o apetite e evite "ataques" à geladeira. Mantenha os alimentos pouco calóricos e abandone os maus hábitos progressivamente;
5.Estabeleça uma meta racional de perda de peso. Não é preciso exagerar buscando ter a magreza de uma modelo;
6. Não aceite sugestões para comer alimentos calóricos. Mantenha-se firme em seu objetivo de conquistar hábitos saudáveis;
7.Em finais de semana ou ocasiões especiais, como festas e restaurantes, procure as opções saudáveis do cardápio. Tente sempre fazer as boas escolhas;
8. Procure conhecer novos alimentos e combinações. Você descobrirá uma infinidade de pratos saborosos e nutritivos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Doença Celíaca = Intolerância ao Glúten

A doença celíaca ou intolerância ao glúten é uma doença relativamente frequente, provocada por uma sensibilidade ao glúten, uma proteína que se encontra no trigo e no centeio e, em menor grau, na cevada e na aveia. Na doença celíaca, parte da molécula do glúten combina-se com anticorpos no intestino delgado, fazendo com que a mucosa intestinal, que normalmente tem uma forma de escova, se achate (figura abaixo). A superfície lisa resultante é muito menos capaz de digerir e de absorver nutrientes. Quando os alimentos que contêm glúten são eliminados, a superfície em forma de escova normalmente reaparece e a função intestinal volta a normalizar-se.

  A Doença Celíaca geralmente se manifesta na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo entretanto, surgir em qualquer idade, inclusive na adulta. O quadro clínico da doença se manifesta com e sem sintomas. No primeiro caso, há duas formas:

1)A CLÁSSICA: É freqüente na faixa pediátrica, surgindo entre o primeiro e terceiro ano de vida, ao introduzirmos alimentação à base de papinha de pão, sopinhas de macarrão e bolachas, entre outros industrializados com cereais proibidos. Caracteriza-se pela diarréia crônica, desnutrição com déficit do crescimento, anemia ferropriva não curável, emagrecimento e falta de apetite, distensão abdominal (barriga inchada), vômitos, dor abdominal, osteoporose, esterilidade, abortos de repetição, glúteos atrofiados, pernas e braços finos, apatia, desnutrição aguda que podem levar o paciente à morte na falta de diagnóstico e tratamento.

2) NÃO CLÁSSICA : Apresenta manifestações monossintomáticas, e as alterações gastrintestinais não chamam tanto a atenção. Pode ser por exemplo, anemia resistente a ferroterapia, irritabilidade, fadiga, baixo ganho de peso e estatura, prisão de ventre, constipação intestinal crônica, manchas e alteração do esmalte dental, esterilidade e osteoporose antes da menopausa.

3) ASSINTOMATICA:  sem sintomas. São realizados nestes casos, exames (marcadores sorológicos) em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chances de apresentar a doença (10%). Se não tratada a doença, podem surgir complicações como o câncer do intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade.

   O tratamento da doença consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten. Os portadores da doença não podem ingerir alimentos como: pães, bolos, bolachas, macarrão, coxinhas, quibes, pizzas, cervejas, whisky, vodka, ou alimentos que possuírem o glúten em sua composição ou processo de fabricação. Devido a exclusão total de alguns alimentos ricos em carboidratos e fibras, a dieta do Celíaco habitualmente é composta em sua maior parte de gorduras (margarina, manteigas, óleos, etc) e proteínas (carne em geral) e em menor parte de carboidratos (massas sem glúten, açúcares, etc). Por isso o celíaco tende a ter um aumento do peso corporal, e desta forma deve ter uma dieta equilibrada. Para tanto, deve diminuir a ingestão de proteínas, moderar o consumo de gorduras e aumentar o consumo de frutas, sucos naturais, verduras e legumes, tornando sua alimentação mais adequada e saudável.
Para maiores informações, acesse :http://www.acelbra.org.br/ - Associação dos Celíacos do Brasil



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

VOCÊ DEVE SABER

    A partir de hoje, vou colocar também algumas informações "pinceladas", dicas, sugestões, curiosidades que todas as pessoas deveriam saber. Como são pequenas, não dariam um post, então vou agrupando neste título e de tempos em tempos coloco um post único. Vamos lá:
1) Sedentarismo é não acumular no mínimo 30 min de atividade física quase todos os dias da semana;
2) O indivíduo sedentário utiliza mais carboidratos do que gordura nos seus esforços eventuais;
3) O exercício em jejum gasta os depósitos de glicogênio (e não gordura!) e aumenta o risco de hipoglicemia, com náuseas, tonturas, cefaléia e mal-estar.

sábado, 20 de agosto de 2011

Nutrientes e exercícios

    A atividade física tem sido definida como "algum movimento do corpo produzido pela musculatura que resulta em gasto de energia". Como já dito nos posts anteriores, para a promoção de saúde e prevenção de doenças, é recomendável que as pessoas acumulem 30 min ou mais de atividade física moderada preferencialmente todos os dias da semana. A simples atividade física regular tem efeito protetor sobre a doença cardíaca, a pressão alta, o diabetes tipo 2, a osteoporose, o câncer de intestino, a ansiedade e a depressão.
   À medida que o grau de atividade física vai aumentando em volume ou intensidade, os nutrientes passam a ser mais solicitados, ora regenerando o tecido muscular, ora servindo como reserva energética. Nenhum recurso para performance física é capaz de substituir o plano alimentar e o treinamento adequados. As diferenças no desempenho físico também podem ser atribuídas à bagagem genética do desportista.
   A gordura e o carboidrato são as maiores fontes de energia no músculo esquelético durante os exercícios em indivíduos bem alimentados.
   O músculo esquelético compreende cerca de 55% da massa corporal do indivíduo, desempanhando papel vital na locomoção, no metabolismo e na produção de calor durante estresse pelo frio.A célula muscular simples é denominada fibra muscular, que pode ser dividida em fibras de contração lenta ou oxidativas (aeróbias) ou fibras de contração rápida ou glicolíticas (anaeróbias). As fibras lentas consomem mais ácidos graxos e glicogênio, enquanto as rápidas mais glicogênio e fosfocreatina.
   A renovação proteica-muscular depende da idade e da dieta. O acréscimo absoluto de massa muscular ocorre quando a taxa de síntese proteica do músculo é maior que a taxa de degradação. Estudos evidenciam que a síntese proteica muscular aumenta de 30-100 % em resposta à alimentação e os aminoácidos essenciais podem estimular diretamente essa síntese através dos componentes intracelulares de maneira dose-dependente.
  

  

sábado, 13 de agosto de 2011

Entrevista: A prevenção de doenças pela alimentação.

No PROGRAMA DIVERSIDADE (Ulbra TV - canal 21 da net e 48 do UHF) no dia 9/08/2011, conversamos sobre a importância de uma boa alimentação, a nova "distribuição" alimentar no prato e a prevenção de doenças através dos alimentos. Segue abaixo o link.


                       A prevenção de doenças pela alimentação 

domingo, 31 de julho de 2011

Alimentação e Qualidade de Vida

Nos preocupamos com a nossa qualidade de vida?
   Devemos compreender que viver com qualidade é saber manter o equilíbrio no dia-a-dia, entre as pressões internas e externas, tornando-se mais consciente de si. O equilíbrio buscado deve ser tanto físico quanto psicológico, cultural e econômico. 
   Não há dúvida de que este equilíbrio interfere na saúde, que está intimamente ligada à dieta e aos hábitos alimentares. Maus hábitos influenciam nossa saúde, reduzem a vitalidade e a energia.
   Para mudar hábitos, deve-se deixar de lado as inúmeras desculpas. Não é fácil mudar costumes herdados e guardados na nossa memória; entretanto é necessária a conscientização e a ação para incorporar, diariamente, novos hábitos alimentares e de vida!
   A principal desculpa dos tempos modernos é a falta de tempo! Nessa eterna luta contra o tempo que não queremos perder, desgatamos nossas relações interpessoais e a alimentação fica em último plano, recorrendo a lanches, salgados e refrigerantes. Comer rapidamente não permite que a mastigação seja feita corretamente, maior quantidade de ar é deglutido e juntos, prejudicam a digestão e absorção dos nutrientes.
   O tempo deve ser organizado de modo que se possa fazer uma alimentação equilibrada em qualidade e quantidade, mesmo na forma de lanches:
# Prefira lanches naturais sem gordura - assados, sem queijos gordurosos (cheddar, catupiry) ou maionese;
#Para beber, prefira sucos naturais, vitaminas ou iogurtes;
#Barras de cereais sem adição de chocolate são opções fáceis de carregar
   Além disso, caminhe mais nas suas atividades diárias, pegue o ônibus na próxima parada, estacione o carro mais longe, troque o elevador pela escada...a mudança de hábitos na busca de melhor qualidade de vida começa de forma lenta e nas pequenas coisas, basta querer!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cirurgia Bariátrica - Tipos de procedimentos

   Após o paciente passar pelas avaliações citadas no post anterior, decide-se qual dos procedimentos será realizado conforme experiência do cirurgião e características do paciente. As técnicas dividem-se em Disabsortivas , que diminuem a absorção dos nutrientes por desviar o trânsito do intestino; Restritivas que diminuem a capacidade do estômago ou mistas, que unem os dois tipos.

# TÉCNICAS RESTRITIVAS: tendem a produzir uma perda de peso gradual, variável e transitória. Entre as utilizadas no Brasil, temos a Banda Gástrica ajustável e o Balão Intragástrico. Produzem efeitos colaterais como vômitos, náuseas, dor abdominal.


# TÉCNICAS DISABSORTIVAS: pouco utilizadas pelo número de complicações, como desnutrição e deficiência de nutrientes. Temos a Derivação Biliopancreática com Gastrectomia Vertical (Duodenal Switch), utilizada em pacientes com obesidade severa (IMC > 50)



# TÉCNICAS MISTAS: Gastroplastia Vertical em Y-de-Roux (Fobi e Capela) é a mais utilizada entre as cirurgias por ser primariamente restritiva e com baixo componente de malabsorção No seguimento de um ano, perde-se 35% do peso inicial.
                                     Derivação Biliopancreática (Scopinaro): mais malabsortiva, seu uso é limitado pelos altos índices de complicações.



   Os cuidados pós-cirúrgicos iniciam logo nos primeiros dias, com a dieta priorizando proteínas e hidratação. Após se progride de líquida para pastosa até chegar a sólida. Trabalha-se a reeducação alimentar e o aprendizado, trata-se as possíveis complicações e mantem-se o acompanhamento indefinidamente, com exames laboratoriais e suplemetação dos nutrientes.

domingo, 3 de julho de 2011

Cirurgia Bariátrica - Introdução

   A Cirurgia da Obesidade, como é conhecida a Cirurgia Bariátrica, é indicada aos pacientes obesos grau 3 (IMC >40) ou obesos grau 2 (IMC > 35) com doenças relacionadas à obesidade, como DM2, HAS, dislipidemia. O candidato à cirurgia deve ter um histórico comprovado de acompanhamento médico e nutricional com tentativa de perda de peso há pelo menos 2 anos e passar por várias avaliações. Estas avaliações incluem: nutricional (para verificar carências de nutrientes e maus hábitos alimentares), psicológica (detectar depressão, abuso de álcool ou drogas, psicose - que contra - indicam a cirurgia), cardiológica, endocrinológica (compensar diabetes ou doenças da tireóide), ginecológica (excluir gravidez); além de exames específicos como endoscopia digestiva, eletrocardiograma, RX de tórax, etc.
   O paciente deve ter plena conciência que seu acompanhamento pós-cirurgia deve ser para toda vida, com apoio e compreensão familiar também, isso porque riscos de complicações, desnutrição e deficiência de nutrientes podem ocorrer ao longo dos anos.
   O risco de morte da cirurgia é relativamente baixo, em torno de 1%, mas o índice de efeitos adversos é de 20%, com vômitos, náuseas, dores abdominais, entre outros.
   Dependendo do procedimento realizado, espera-se uma determinada perda de peso e um cuidado específico.
   No próximo post falarei dos tipos de procedimentos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

OSTEOPOROSE

   A avaliação da Densidade Mineral Óssea (DMO - massa óssea) deve ser indicada para qualquer indivíduo que apresente algum risco para fraturas: mulheres > 65 anos; mulheres na pós-menopausa com < 65 anos e fatores de risco para osteoporose (citados no post anterior); homens > 70 anos; adultos com doenças associadas a perda de massa óssea.
   Após realizada a Densitometria óssea, o indivíduo é classificado como normal, portador de osteoporese (doença óssea estabelecida) ou osteopenia (em risco de osteoporose).
   Algumas recomendações são importantes para a manutenção de uma saúde óssea adequada:
- Realizar atividade física, especialmente as que exigem força e coordenação;
- Reduzir a ingestão de sódio;
- Aumentar o consumo de frutas e vegetais;
- Manter o peso corporal adequado;
- Evitar o fumo;
- Limitar o consumo de álcool

   Os nutrientes de maior importância para a saúde óssea são o Cálcio e a vitamina D. Outras vitaminas e minerais também são cruciais para os processos que ocorrem nos ossos.
                                        
# Cálcio: a deficiência crônica leva a redução de massa óssea e osteoporose. Estima-se que o nível mínimo da ingestão de Cálcio em adultos seja de aproximadamente 1000 mg/d. As recoemdações nutricionais para a prevenção da osteoporose defendem um consumo adequado principalmente de fontes lácteas. O Cálcio encontrado em alimentos não lácteos está em menor concentração, o que gera dificuldade em se atingir as necessidades diárias. Além disso, a absorção de cálcio é menor na presença de certos alimentos como feijão, espinafre, grãos, nozes e soja.
# Vitamina D: é importante por aumentar a absorção de cálcio no intestino e estimular o crescimento ósseo. A deficiência geralmente ocorre pela exposição solar insuficiente, já que é a pele que a produz pela incidência dos raios solares.

   O tratamento da osteoporese ou osteopenia dever ser realizado pelo médico, com prescrição de Cálcio, vitamina D e medicamentos da classe dos bifosfanados quando necessário. Em indivíduos jovens com baixa ingestão de cálcio, a suplementação deve ser considerada como prevenção da osteoporose.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

NUTROLOGIA E A SAÚDE ÓSSEA

   A massa esquelética aumenta progressivamente com o nosso crescimento, e é durante a adolescência que ocorre o maior acréscimo desta massa, determinante fundamental para a saúde óssea. A idade em que se inicia a perda óssea é incerta, mas estudos indicam que seja a partir  da terceira década de vida.
   Os homens apresentam de 10 a 50% mais massa óssea do que as mulheres e a taxa de perda óssea é baixa, variando de 3 a 5% por década. Isso explica a menor incidência de fraturas masculinas por osteoporose. Já nas mulheres o processo torna-se mais complicado. Antes das menopausa as perdas ósseas são pequenas, semelhantes ao do homem, porém nos períodos pré e pós- menopausa a perda de massa óssea é acelerada.
   A fragilidade óssea está associada a múltiplos fatores de risco, como idade avançada, sexo feminino, baixo peso (< 50 Kg), densidade mineral óssea baixa (vista pela densitometria óssea), menopausa precoce, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool, história familiar, baixa ingestão de cálcio e vitamina D, baixa exposição solar. Além disso o uso de certos medicamentos (lítio, heparina, anticonvulsivantes, corticóides e imunossupressores)e doenças de má-absorção intestinal contribuem para a perda de massa óssea.
   As fraturas e suas complicações são as sequelas clínicas mais importantes da osteoporose, e as mais comuns são as das vértebras (coluna), fêmur proximal (quadril) e antebraço distal (pulso).
   A nutrição é um dos fatores modificáveis mais importantes  para o desenvolvimento e a manutenção desse tecido e também para a prevenção da osteopenia e osteoporose.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Série Exercício Físico e Esporte 3 - HIDRATAÇÃO

   O organismo humano é composto por sais minerais, músculos, ossos, gordura e água. Embora não forneça nenhuma energia, a água é fundamental para manutenção da vida, sendo o principal componente do nosso organismo. Ela representa aproximadamente 60% do peso corporal do indivíduo.
   A maioria dos nutrientes essencias necessita de água para serem utilizados como combustível.
   Nosso organismo perde água através da urina, fezes, suor e respiração. A reposição é feita por meio de alimentos e ingestão de líquidos.
   O estado de hidratação é um fator determinante para a prática de atividades físicas. Desta forma, o conhecimento do estado de hidratação do indivíduo antes, durante e após o exercício torna-se importante para a sua prática constante. A variação do peso corporal  pode ser utilizada para a avaliação do estado de hidratação. A partir da diferença do peso corporal antes e após o exercício é possível calcular o percentual de perda de peso para classificar o estado de hidratação.
   Um dos efeitos mais comuns relacionados ao exercício são o estresse térmico (calor produzido pelo exercício) e a perda hídrica (suor excessivo), que elevam a frequencia cardíaca e dimunuem as funções cardivasculares do atleta. Se nenhum líquido for reposto durante o exercício ocorrerá desidratação, que pode levar a redução da capacidade do pensamento, da capacidade aeróbica e de resistência, além de distúrbios eletrolíticos (desregula o sódio e potássio do organismo). Em casos mais graves pode haver choque térmico, caracterizado por confusão mental, aumento da temperatura (em torno de 40 ° C) evoluindo para óbito.
   A reposição hídrica pode ser feita com água para atividades leves a moderadas ou isotônicos (que contém água, eletrólitos e carboidratos) quando a atividade é superior a 1h ou de alta intensidade.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Série Exercício Físico e Esporte 2 - SUPLEMENTAÇÃO

   A indústria de suplementos é crescente, porém muitos dos suplemetos não apresentam evidências científicas consistentes que confirmem o real benefício de sua prescrição.  

 # MICRONUTRIENTES
   A grande maioria dos praticantes de atividades físicas regulares que seguem uma orientação nutricional balanceada não necessita de suplementação de polivitamínicos. Porém, indivíduos com restrição alimentar (perda de peso, vegetarianismo) podem apresentar algumas deficiências. A prescrição de suplementos deve ser feita por médico, pois doses excessivas podem predispor a toxicidades. O uso de suplementos vitamínicos em indivíduos saudáveis não é capaz de melhorar a capacidade aeróbica, a força muscular ou melhorar o desempenho atlético.

   # CAFEÍNA
   É uma substância estimulante, associada a aumento da atenção e da taxa metabólica. A população em geral consome de 100-300 mg de cafeína/d. O efeito é mais observado instantaneamente e a suplementação diária não parece estar relacionada c/ a melhora do desempenho, além de potencializar efeitos indesejáveis como taquicardia e insônia.

   #CREATINA
   É um dos suplementos capazes de melhorar o desempenho anaeróbico. A suplementação permite que o atleta realize de maneira mais eficaz exercícios de alta intensidade. A recomendação varia conforme o tempo necessário para se atingir os objetivos de ganho de massa magra.
   O efeito adverso mais frequente é o ganho de peso na forma de massa magra.
   Pessoas com problemas renais não devem ser suplementadas.

   # CARNITINA
   Alguns autores sugerem que a carnitina poderia postergar o apareciemnto de fadiga, mas estudos não comprovam melhora do desempenho de resistência ou redução de massa gorda.

   #LEUCINA
   Seu metabólito, o Beta-hidroxi-beta-metilbutirato (HMB) facilitaria o aumento de massa magra, mas estudos recentes não mostram efeitos no desempenho aeróbico ou anaeróbico. Há ainda relatos de toxicidade cardíaca com o seu uso.

   A maioria daqueles que consomem suplementos geralmente desconhece o seu mecanismo de ação, bem como os riscos associados à suplementação excessiva. Assim, a suplementação deve ser feita de maneira cuidadosa e criteriosa, sendo a dieta balanceada de fundamental importância para o desempenho e manutenção da saúde.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Série Exercício Físico e Esporte - parte 1

   A prática da atividade física, quando bem orientada e feita rotineiramente é de fundamental importância para o bem-estar físico e mental, pois ajuda a promover a saúde, como também auxilia no tratamento não-medicamentoso de várias doenças.
   O exercício físico pode ser definido como a prática de uma atividade física programada. Já o esporte é uma atividade física sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição entre praticantes.
   A recomendação dietética para praticantes do exercício físico depende dos objetivos da pessoa (ganho de massa magra, perda de massa gorda, melhora do rendimento) e também do nível da intensidade e da finalidade.
   Já nos atletas as recomendações  variam não só com os objetivos, mas também com relação ao tipo de treinamento físico realizado.
   A adequação nutricional é fundamental, já que restrições dietéticas podem levar a desequilíbrios importantes, como perda de massa muscular, alterações hormonais, osteopenia, anemia, fadiga crônica.
   Os CARBOIDRATOS são importantíssimos, pois dão energia e mantém os níveis de glicose sanguínea durante o exercício. Também restauram e repõem o glicogênio muscular. Em atividades de longa duração se recomenda sua reposição para cada hora de exercício evitando-se a hipoglicemia e a fadiga.
   As PROTEÍNAS são necessárias ao se praticar exercícios intensos, sendo repostas pela dieta e não sendo necessário suplementação na maioria da população ativa.
   A recomendação de gorduras não difere da população em geral.
   No próximo post falarei sobre a suplementação no esporte.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

NUTROLOGIA E ENVELHECIMENTO

   Em todo o mundo, a expectativa de vida vem aumentando nos últimos anos. Assim, o número de pessoas com mais de 60 anos, deverá ser, dentro dos próximos 25 anos, 14% da população brasileira.
   Com o envelhecimento, a prevalência de doenças crônicas degenerativas aumenta, assim como a desnutrição. Pode ocorrer anorexia (por perda do apetite, dificuldade de engolir), depressão, incapacidade física, perda de massa óssea e muscular, demência, entre outras complicações.
   A população idosa necessita que seu´plano alimentar seja feito respeitando as recomendações de ingestão alimentar específicas para sua faixa etária, considerando dois grupos: dos 51-70 anos e maiores de 70 anos. Esta divisão é necessária porque a população mais idosa tem maior risco de desnutrição.
   Dentre as  orientações nutricionais, estão o aumento da ingesta de água (12-16 copos/d), o consumo de cálcio, vitamina D, vitamina B12, vitamina K, vitamina E, alimentos ricos em potássio e fibras.
   O idoso deve ser estimulado a praticar exercícios, já que estes possibilitam reduzir ou retardar o aparecimento de doenças relacionadas ao envelhecimento.
   Esses cuidados básicos contribuem de maneira significativa para a melhora da qualidade de vida, bem como permite que o idoso continue independente por mais tempo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ação Social - Colégio Farroupilha




   Sexta, dia 06/05, realizei uma ação social: ir na unidade Ten. Cel. Correia Lima falar sobre a importância da lavagem correta das mãos. Fiz uma dinâmica de lavar as mãos com tinta têmpera para as crianças visualizarem que, na maioria das vezes, não lavam a parte de trás das mãos, entre os dedos e o polegar.    A Associação Beneficente e Educacional de 1858, Mantenedora do Colégio Farroupilha, sendo referência na prática da responsabilidade social e visando ampliar sua participação nesses projetos assinou, no dia 10 de junho de 2005, um convênio com o Exército Brasileiro para a implantação de uma nova unidade do Colégio Farroupilha. A Unidade Ten. Cel. Correia Lima é uma escola direcionada a famílias de baixa renda, onde os alunos podem cursar o ensino fundamental com bolsas integrais, concedidas a partir de uma criteriosa avaliação do perfil sócio-econômico das famílias.
   A ação foi muito produtiva tanto para mim quanto para eles, e o retorno pessoal foi sensacinal.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Atenção Nutrológica à Gestante - Parte 2

# Questionamentos dietéticos na gestação:

1) Álcool: estudos mostram a relação entre o álcool e má-formação fetal. A Síndrome do alcoolismo fetal é caracterizada por falha no crescimento intra-útero e pós-nascimento; alterações oculares; anormalidades faciais e anomalias nas articulações. O uso de álcool também foi relacionado ao aumento de abortamento espontâneo, deslocamento prematuro da placenta e parto prematuro. Assim, o uso de álcool durante a gravidez deve ser evitado, pois não se sabe o limite de dose segura.
2) Adoçantes artificiais: alguns países proíbem os adoçantes sacarina e ciclamato por possível associação com tipos de câncer. Embora não pareça ocorrer passagem dos adoçantes pela barreira placentária, recomenda-se que se use apenas os adoçantes naturais, como stévia e sucralose.
3) Cafeína: seu uso não parece ter risco para mulher grávida.

# Complicações relacionadas à dieta:

1) Náuseas e vômitos: o mal-estar da manhã ou náusea é comum no primeiro trimestre. Uma orientação prática consiste em alimentar-se de pequenas quantidades mastigando bem os alimentos.
2) Azia: comum no último trimestre e ocorre pela pressão do útero no estômago. A orientação é fracionar as refeições, evitar alimentos picantes e frutas ácidas e não usar líquidos durante as refeições.
3) Constipação e hemorróidas:  frequentes no último trimestre. Manter uma dieta rica em fibras e aumentar a ingestão de água ajudam a previnir.
4) Edema: está presente nas extremidades (mãos e pés inchados) e não necessita de restrição de sal ou alteração da dieta, é considerado normal.

   Como dito anteriormente, o acompanhamento médico e nutricional é a melhor maneira de previnir complicações e tirar as dúvidas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Atenção Nutrológica à Gestante - Parte 1

   A gravidez é uma etapa na vida de muitas mulheres em que um turbilhão de hormônios e uma sequencia de transformações corporais ocorrem. Em meio a isto tudo, a nutrição exerce o papel fundamental, pois fornecer os nutrientes necessários  para formar um novo ser e garantir a sua própria nutrição é um grande desafio.
   Algumas adaptações do organismo incluem aumento do trabalho cardíaco, acúmulo de água no corpo, modificações das funções respiratória e gastrointestinal. Estas adaptações podem alterar os níveis sanguíneos de alguns nutrientes.
   O dado de maior preocupação para as gestantes é o peso. A variação de ganho de peso depende do peso anterior à gravidez, conforme as orientaçôes:
IMC até 18,5 = baixo peso = variação de 12,5 a 18 kg
IMC de 18,6 a 24,9 = peso normal = variação de 11,5 a 16 kg
IMC de 25 a 29,9 = sobrepeso = variação de 7 a 11,5 kg
IMC > 30 = obesidade = variação de 6 kg

# Necessidades nutricionais na gestação:
   No primeiro trimestre o feto não exige uma oferta calórica adicional, sendo que a mãe deve manter a mesma ingesta calórica que está habituada e não ganhar peso neste período.
   Estudos mostram que no segundo e terceiro trimestres necessita-se um aumento de 350 a 500 Kcal/d para suprir as demandas metabólicas.
   Deve-se aumentar o consumo de leite e derivados, pois o cálcio e as proteínas são consumidas para a formação do bebê. De uma maneira geral, há uma diminuição de algumas vitaminas, embora o organismo necessite delas. Podemos citar como exemplo o ácido fólico, a vitamina A, o Ferro, o Zinco e o Cálcio. Por isso opta-se pela suplementação.

   Durante a gestação deve-se manter o acompanhamento médico e nutricional mensalmente.
  

terça-feira, 26 de abril de 2011

DRUNKOREXIA

   De acordo com a Nutróloga Maria del Rosário Z. de Alonso, especializada em Transtornos do Comportamento Alimentar e diretora da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), a drunkorexia é um novo termo utilizado para definir um comportamento alimentar de risco que associa um consumo alto de bebida alcóolica com uma alimentação inadequada e restritiva.
   No começo a pessoa tenta compensar as calorias que ingere  em forma de álcool realizando um jejum forçado no dia seguinte ou provocando o vômito após ter comido.
   Este distúrbio ocorre entre os 18 e 25 anos, sendo mais comum entre mulheres jovens universitárias.
   A Drunkorexia pode levar a outros distúrbios como  Anorexia Nervosa, Bulimia e suas complicaçõs já citadas nos posts antriores. Também pode levar ao alcoolismo e todas suas complicações como carências nutricionais, pancreatite, cirrose.
   O tratamento inclui equipe multidisciplinar com psicólogo, nutricionista, psiquiatra e nutrólogo. 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico (TCPA)

   O TCAP é caracterizado pelo consumo exagerado de alimentos em curto espaço de tempo, com sensação de perda de controle da alimentação. É mais comum em pacientes obesos e geralmente ocorre em pessoas da meia-idade (45-55 anos). As  mulheres são acometidas 3 vezes mais que os homens.
   Geralmente os pacientes apresentam as seguintes características :
# Comer mais rápido que o normal durante os períodos de compulsão;
# Comer até se sentir "cheio";
# Comer grandes quantidades de alimentos, mesmo sem estar com fome;
# Sentir-se mal com si mesmo, com culpa ou depressão após comer compulsivamente.
   Alguns pacientes relatam dificuldades em lidar com as emoções e geralmente relacionam os episódios de TCAP a situaçoes de estresse ou emoções como raiva, aborrecimento, tristeza, preocupação.
   As complicações médicas mais comuns estão relacionadas à obesidade: DM2, HAS, dislipidemia, pedra na vesícula, cardiopatias e alguns tipos de câncer.
   O tratamento inclui medicação, psicoterapia, para em conjunto, poder tratar a obesidade com dietoterapia e atividade física.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Bulimia

                                        A Bulimia é caracterizada pela ingestão exagerada de alimentos acompanhada de medidas purgativas para evitar o ganho de peso. Atinge principalmente adolescentes (por volta dos 18 anos) do sexo feminino. Entre tais atitutes temos o uso de laxantes, diuréticos e provocação de vômitos, que podem levar a distúrbios de eletrólitos (sódio, potássio, magnésio) que, se não corrigidos, podem levar ao óbito. Os sintomas clínicos mais comuns são: cansaço, dor de estômago, diarréia, desidratação, irregularidade menstrual, sudorese, taquicardia, sonolência,  irritabilidade e desgaste do esmalte dos dentes.
                                     A estratégia de tratamento inclui a terapia nutricional, uso de medicações e psicoterapia.