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segunda-feira, 28 de maio de 2012

CUIDADOS PÓS- BARIÁTRICA

   Muitos pacientes acreditam que a cirurgia bariátrica é a cura da obesidade e de todas as doenças à ela associadas. Poucos tem a consciência dos riscos e cuidados que devem ter após se submeter à cirurgia.
   Primeiramente, alguns pacientes obesos, antes de operarem, já estão em risco nutricional, com deficiência de vitaminas e minerais secundários aos maus hábitos.
   Ao realizar um dos procedimentos comentados em posts anteriores (este da foto é o mais utilizado - Fobi-Capela), o paciente retira parte do intestino responsável pela absorção de vários micronutrientes, passando a ter mal-absorção e podendo evoluir com desnutrição.
   Esse conceito é muito importante, pois o paciente troca a doença OBESIDADE pela doença DESNUTRIÇÃO, ambas crônicas e que necessitam de acompanhamento e tratamento por toda a vida. Por isso o uso de suplementação com polivitamínicos deve ser feito por tempo indeterminado.
   Alguns estudos apontam que 20% dos pacientes voltam a ganhar peso em até 10 anos após o procedimento, retornando ao sobrepeso e/ou obesidade, ocasionando alto risco de doenças secundárias (pois o paciente passa a ser um obeso desnutrido!). Outros estudos evidenciam que a suplementação com polivitamínico não previne a carência de todos os micronutrientes, sendo frequente a necessidade de tratamento específico para deficiências como ferro, vitaminas do complexo B (principalmente B12), vitamina D, vitamina A.
   Além disto, não são todos os polivitamínicos que atendem as necessidades dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica: idealmente o composto deve ter > 400 mcg de ácido fólico, > 18 mg de ferro na forma de fumarato ferroso, conter zinco e selênio na fórmula e preferencialmente citrato de cálcio no lugar do carbonato.
   Portanto, é necessário um seguimento rigoroso após a cirurgia bariátrica, visando prevenir as complicações da desnutrição e tratar as deficiências de nutrientes.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cirurgia Bariátrica - Tipos de procedimentos

   Após o paciente passar pelas avaliações citadas no post anterior, decide-se qual dos procedimentos será realizado conforme experiência do cirurgião e características do paciente. As técnicas dividem-se em Disabsortivas , que diminuem a absorção dos nutrientes por desviar o trânsito do intestino; Restritivas que diminuem a capacidade do estômago ou mistas, que unem os dois tipos.

# TÉCNICAS RESTRITIVAS: tendem a produzir uma perda de peso gradual, variável e transitória. Entre as utilizadas no Brasil, temos a Banda Gástrica ajustável e o Balão Intragástrico. Produzem efeitos colaterais como vômitos, náuseas, dor abdominal.


# TÉCNICAS DISABSORTIVAS: pouco utilizadas pelo número de complicações, como desnutrição e deficiência de nutrientes. Temos a Derivação Biliopancreática com Gastrectomia Vertical (Duodenal Switch), utilizada em pacientes com obesidade severa (IMC > 50)



# TÉCNICAS MISTAS: Gastroplastia Vertical em Y-de-Roux (Fobi e Capela) é a mais utilizada entre as cirurgias por ser primariamente restritiva e com baixo componente de malabsorção No seguimento de um ano, perde-se 35% do peso inicial.
                                     Derivação Biliopancreática (Scopinaro): mais malabsortiva, seu uso é limitado pelos altos índices de complicações.



   Os cuidados pós-cirúrgicos iniciam logo nos primeiros dias, com a dieta priorizando proteínas e hidratação. Após se progride de líquida para pastosa até chegar a sólida. Trabalha-se a reeducação alimentar e o aprendizado, trata-se as possíveis complicações e mantem-se o acompanhamento indefinidamente, com exames laboratoriais e suplemetação dos nutrientes.