sábado, 10 de agosto de 2013

Câncer e Obesidade - qual a relação?

1 – Lemos muito sobre como o acúmulo de gordura está associado à incidência de câncer de mama, próstata, fígado e tantos outros. Doutora, como é o tratamento para pessoas acima do peso e obesas que precisam de forma urgente eliminar essa gordura?

Não temos como prever quando as neoplasias vão se desenvolver, provavelmente ao longo da vida. As pessoas que possuem sobrepeso ou obesidade não  adquiriram esse acúmulo de gordura  em dias ou semanas, mas sim ao longo da vida também.
Portanto, não podemos tratar essas doenças como “urgentes”. O emagrecimento e a consequente perda de gordura corporal ocorrem através de uma alimentação balanceada, de baixa caloria e com a prática de atividade física. Isso pode levar meses ou anos, dependendo de cada caso.

2 – E, no aspecto da prevenção, que nutrientes podemos ingerir para driblar a vontade de comer alimentos com alta concentração de gordura?

A prevenção de alguns cânceres passa pela prevenção do ganho de peso e de hábitos saudáveis. A “vontade” de comer certos alimentos deve ser bem analisada e interpretada pelo profissional juntamente com o paciente, pois pode mascarar alguma outra patologia, como ansiedade ou compulsão alimentar.
Ingerir alimentos com gordura não se torna tão prejudicial se escolhermos as gorduras boas: leite, derivados, oleaginosas (castanhas), azeite de oliva. Além disso, acrescentar alimentos que “combatem” a absorção dessa gordura, como os fitoesteróis e fibras, é uma tática muito bem utilizada.

3 – No nosso Estado, o consumo de carne é muito alto. Ela pode interferir na saúde da pessoa, seja ela obesa ou não? Se sim, de que forma?

Importante lembrar que a carne é rica em proteína, ferro, zinco, vitaminas do complexo B e vitamina A, portanto seu consumo é recomendado como fonte de nutrientes.
Estudos evidenciam que quem não consome carne vermelha (vegetarianos) se comparados aos quem ingerem  em pouca quantidade (1-2x/sem) ou quem só ingere carne branca (peixe ou frango) tem menor índice de câncer do que quem consome em grande quantidade (> 3x/sem).  Esses mesmos estudos sugerem que quem consome mais carne vermelha tem maior tendência de consumir mais calorias como um todo, poucas frutas ou verduras e ser sedentário.

Além disso, muitos estudos foram realizados com carne processada, comum nos EUA, e inexistente aqui no Brasil.

4 – Os embutidos e enlatados têm a fama de não serem saudáveis. Que espécies de substâncias podem ser encontradas nesses alimentos? De que forma podemos substituí-los mantendo uma dieta saudável?

Estes alimentos passam por processos para aumentar durabilidade, melhorar palatabilidade e alterar cores. Estes processos levam  ao desenvolvimento de compostos carcinogênicos (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, aminas aromáticas, nitrosaminas) com potencial de alterar o DNA,  podendo o  alto consumo  contribuir para o desenvolvimento de neoplasias.

Em uma dieta equilibrada devemos  utiliza-los de forma esporádica, como exceção. Devemos sempre preferir outras fontes proteicas, como carne branca, carne vermelha magra, ovos, queijos e leite.

Entrevista cedida para:

Vanessa Botega
Imprensa - DNA Assessoria
Av. Flores da Cunha, 903, sala 1213 - Centro
Cachoeirinha - RS


domingo, 30 de junho de 2013

Perguntas e Respostas - Programa Super Sábado!

Bom dia Pessoal!

Ontem pela manhã participei do Programa Super Sábado, na Rádio Gaúcha. O tema central era fome, excesso ou falta de fome...mas as perguntas dos ouvintes foram bem amplas, por isso achei legal dividir o conteúdo com quem não pôde nos escutar!

Primeiramente a Marcela iniciou a conversa perguntando sobre Fome, excesso de fome, vontade de comer. Já escrevi aqui no blog algo sobre isso, mas achei interessante reforçar que cada pessoa deve prestar atenção nos seus sentimentos e tentar conhecer e diferenciar a fome, a ansiedade e a vontade de comer. Expliquei que FOME é uma sensação fisiológica do corpo, para nos informar que necessita de alimento para manter suas atividades. Essa fome é gradual, paciente e permite vários tipos de alimentos para saciar o organismo.
A fome que chamei de "emocional" é a vontade de comer dependendo do estado emocional, e não das necessidades fisiológicas. Esta "fome" é súbita e urgente, exige um alimento específico e tende a não acabar.

A Marcela também me questionou sobre a Compulsão Alimentar...bom, o problema ocorre quando o hábito saudável de comer é substituído pelo padrão alimentar emocional e automático, sem relação com a presença ou não de fome, podendo levar à ingestão alimentar compulsiva de alimentos. Essa situação agrava-se quando ocorre o ganho de peso, precipitando a baixa auto-estima, desvalorização pessoal e culpa. Esses sentimentos podem aumentar ainda mais a "fome emocional", levando a um ciclo vicioso. 

Após abrimos perguntas para os ouvintes, que participaram bastante:

# Jane (Viamão): Ouvi que o pão é maléfico ao organismo, cortei ele da alimentação. Estou dando preferência para batata doce e aipim nas refeições. Estou correta?
Tanto o pão, quanto a batata doce e o aipim são carboidratos. Precisamos dos carboidratos como fonte de energia para o nosso organismo. Não precisa corta-los se deseja emagrecer, apenas maneirar na quantidade, cuidar na qualidade e preferir os integrais.

#Tiago (Porto Alegre): Como diminuir a fome? Comer de 3/3h adianta?
A fome é estimulada por hormônios do intestino, do tecido adiposo e pâncreas, liberados conforme o tipo de alimento. Alimentos ricos em açúcar e carboidratos simples (como pão branco) liberam rapidamente grande quantidade de insulina no corpo, estimulando esta queda rápida do açúcar do sangue, gerando fome mais intensa e em menor período de tempo.
Já alimentos ricos em fibras (verduras, frutas e carboidratos complexos - integrais) provocam uma liberação lenta desta insulina, com uma queda gradual da taxa de açúcar sanguíneo, sustentando um período maior de saciedade. Outros alimentos como as proteínas estimulam a liberação de hormônios do estômago/ intestino que estimulam a saciedade.

#Silvio: O café preto é aliado ou vilão para saúde?
Vários estudos apontam os benefícios do café na nossa saúde. Como todo alimento, quando ingerido com moderação, traz resultados benéficos. O problema se encontra quando a pessoa já é agitada, ansiosa, estressada e consome uma grande quantidade de café por dia (> 400 ml/d), podendo ter distúrbios como insônia, irritabilidade, piora da ansiedade.
Outro ponto importante é a quantidade de açúcar utilizado para adoçar este café, que se em grande porções (> 1 col de chá por xícara 100 ml) pode contribuir para o ganho de peso.

#Samuel: Quais alimentos são os maiores vilões?
Aqui está uma pergunta muito interessante. O que se considera alimento???
Hipócrates, há 2400 anos atrás já dizia "Faça do seu alimento o seu medicamento". Se considerarmos que há 2000 anos não possuíamos refrigerantes, bolachas recheadas, pizzas, lanches rádipos....o alimento em si seria a forma in natura e saudável! 
Se trouxermos isso para os dias de hoje, dividimos os alimentos em grandes grupos : Carboidratos, Proteínas, Lipídeos (gorduras) e Micronutrientes (Vitaminas e minerais). Se mantivermos uma alimentação saudável, balanceada em todos estes componentes, não teremos "vilões" nos nosso cardápio!

#Luiz Carlos: Comer fruta ou salada antes da refeição faz diferença?
Se estivermos falando em termo de saciedade, faz a diferença! A presença de alimento no trato gastrointestinal contribui para a regulação do apetite. Se iniciarmos pela salada e/ou frutas vamos comer menos durante aquela refeição.

#Roni (Portão): Quais alimentos evitam pedras nos rins?
Não temos aliemntos específicos para evitar pedra nos rins de uma maneira geral. O ideal seria analisar a composição da pedra expelida, se possui mais cálcio, mais potássio ou outro componente, para ajustarmos a alimentação. Mas uma dica geral é manter um ótimo grau de hidratação...isso ajuda nosso rim a eliminar melhor as impurezas e evitar o acúmulo delas.

#Luiz: Para adoçar alimentos é melhor açúcar ou adoçante?
Esta também foi uma ótima pergunta, pois esta dúvida é muito comum. Já escrevi um post aqui também sobre os adoçantes, e minha opinião é se você não possui diabetes ou obesidade, pode utilizar o açúcar, sempre com moderação! Mas se possui uma destas doenças, o ideal seria o adoçante, de preferância natural, como a Sucralose ou Stévia. 

# Fábio (Santiago): Shakes substitutivos da refeição prometem emagrecer. São opções saudáveis? Podem ser consumidos?
Isso daria um ótimo post, que prometo escrever! Shakes são aliados, assim como os medicamentos. Devem ser utilizados após a pessoa iniciar uma reeducação, dieta e atividade física, caso não esteja atingindo suas metas. De nada adianta continuar sedentátio, ingerindo lanches rápidos, não possuir qualidade alimentar e substituir uma refeição por shake. Ele não vai preencher as necessidades do organismo e você não vai atingir os objetivos! O idela sempre é procurar um profissional médico ou nutricionista.

# Simone: Quando é indicada a dieta da proteína?
Este assunto também já temos um post da minha entrevista para Gazeta só sobre dieta proteica...corre lá para ler!

Agradeço o convite à Marcela e ao Programa Super Sábado, foi uma manhã maravilhosa! Agradeço aos ouvintes pela participação...foi muito bom ajudar vocês e tirar as dúvidas!

E aqui somos nós, Wianey, Gabrieli Chanas e eu, no intervalo! Curte lá a página!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Vitamina D - qual sua importância?

Uma pesquisa inédita da Sociedade Brasileira de Endocrinologia revela que as mulheres do sul do país têm maior deficiência de vitamina D. Além da osteoporose, que é um problema decorrente dessa carência, alguns especialistas indicam outros problemas, que nos chamaram a atenção: doenças cardiovasculares, diabetes, câncer do intestino e desequilíbrio neuromuscular.
Com a sua colaboração, queremos abordar  a falta de vitamina D no organismo.

1 – Quais às reações do corpo à carência dessa vitamina e como ela atua no organismo?
A deficiência de vitamina D resulta em anormalidades do cálcio, fósforo e metabolismo ósseo. Ela diminui a absorção intestinal do cálcio e fósforo, aumentando os níveis de um hormônio chamado PTH, que libera o cálcio do osso para corrente sanguínea na tentativa de equilibrar o cálcio que não foi absorvido corretamente. Isso leva à uma diminuição da densidade mineral do osso e sua fraqueza, resultando em osteopenia, osteoporose e fraturas.
Nos idosos também é comum a fraqueza muscular ocasionada por esta deficiência, o que aumenta a chance de quedas e fraturas.

2 – Em quais alimentos encontramos esta vitamina? Além disso, como repor a carência no sul do país?
A maior fonte de vitamina D é a exposição solar sem protetor, pois o protetor solar bloqueia os raios UV, responsáveis por esta síntese na pele.  A pele negra e de idosos produzem  menos vit D que a pele branca e de adultos jovens.
Poucos alimentos contém naturalmente vitamina D, como o salmão, sardinha, cogumelos shitake, gema de ovo e óleo de fígado de bacalhau. Nos Estados Unidos, muitos alimentos são fortificados com vitamina D, como leites, iogurtes, manteigas, sucos de laranja, cereais e pães.
Para repor esta carência, precisamos avaliar não só  um exame isolado de vitamina D, mas também o hormônio PTH e a história clínica deste paciente. Dependendo do grau, podemos repor apenas com a exposição solar de pernas e braços por 10 min/dia antes das 10h ou após as 16h e/ou de forma medicamentosa através de suplementos.

3 – Que outros benefícios a vitamina D traz ao organismo? E em excesso, o que pode acarretar?
A  Vitamina D é um potente hormônio regulador do crescimento celular. Algumas evidências sugerem que ela ajuda a regular o crescimento celular e prevenir a progressão de alguns tipos de tumores como mama, intestino, pulmão e próstata.
Muitas linhas de pesquisa defendem o conceito de que a deficiência da Vitamina D pode estar envolvida no desenvolvimento e/ou progressão de várias doenças como o câncer, hipertensão, doença cardiovascular, doença neuromuscular, osteoartrite, diabetes e outras doenças autoimunes (Artrite Reumatóide, Doença Inflamatória Intestinal, Lupus Eritematoso Sistêmico). Apesar destas evidências, mais estudos em humanos são necessários.
A ingestão excessiva de vitamina D pode causar fraqueza, náuseas, perda de apetite, dor de cabeça, dores abdominais, câimbras e diarreia. Ainda mais grave, pode elevar a concentração de cálcio no sangue, com aumento da pressão, desenvolvimento de cálculos renais e calcificações de tecidos dos rins, coração, pulmões e vasos sanguíneos

Entrevista cediada hoje para:




domingo, 12 de maio de 2013

Tipos de Açúcar

Semana passada uma paciente enviou esta dúvida por email: "O açúcar light (com sacarose) é possível ser utilizado por diabético? " E a minha resposta foi "depende".
Então achei interessante dividir esta dúvida...que deve ser a mesma de várias pessoas...

Mas o que é açúcar?
O açúcar pode ser extraído da cana-de-açúcar ou da beterraba. O Brasil produz quase que exclusivamente da  cana. EUA e Europa da Beterraba.
O açúcar mascavo é o primeiro tipo de açúcar extraído do suco da cana (melado), e passa por um número menor de refino, portanto, mantém na sua composição os micronutrientes (vitaminas e sais minerais) naturalmente presentes no vegetal.
O açúcar branco refinado é obtido do mascavo, que passa por purificações e cristalizações sucessivas, perdendo os micronutrientes da sua composição.
O açúcar demerara passa por secagem e um refinamento leve, com perda de água, razão pela qual o torna mais concentrado. Também mantém valores nutricionais semelhantes ao mascavo.

Importante: todos estes  tipos de açúcar possuem as mesmas calorias, o que os diferencia é o poder de adoçar e o valor nutricional quanto aos micronutrientes (ferro, cálcio, sais minerais como magnéio, fósforo e potássio)

Agora vem a parte mais complicada! O termo "açúcar" é genérico, na verdade ele abrange uma classe de vários "açúcares" chamada sacarídeos. Os sacarídeos são encontrados numa variedade de alimentos. Como exemplos temos:
1) Frutose = açúcar/ sacarídeo presente nas frutas
2)Lactose = açúcar / sacarídeo presente no leite e derivados
2) Glicose = mel, frutas e vegetais
3) SACAROSE = AÇÚCAR PROPRIAMENTE DITO, EXTRAÍDO DA CANA-DE-AÇÚCAR OU BETERRABA. Entenderam???

E a  diferença:? O AÇÚCAR LIGHT ou MAGRO é uma mistura de sacarose (açúcar comum de mesa) com algum adoçante (normalmente SUCRALOSE, adoçante natural também extraído da cana - mas que pode ser sacarina ou ciclamato) que tem menos calorias e um poder de adoçar maior (4x mais que o açúcar comum).

Respondendo a dúvida da paciente: O açúcar light não pode substituir o adoçante, mas o paciente diabético que tem seus níveis bem controlados, faz uso correto de medicação, atividade física e segue uma dieta balanceada pode, DE VEZ EM QUANDO, utilizar o açúcar light com moderação.

sábado, 4 de maio de 2013

 A Rede Meridional de Comunicação contou com a minha colaboração para uma entrevista publicada na edição do dia 3 de maio do caderno Espaço Saúde do jornal Gazeta Regional, de Camaquã e região centro sul do RS.
   Seguem abaixo as perguntas feitas pela Jornalista e Diretora Executiva Fabiane Mendonça Ferreira:
Gazeta Regional: Se alimentar com grandes quantidades de proteínas leva o indivíduo a perder peso mais rapidamente que da forma tradicional?Temos vários estudos comparando a composição dos tipos de dietas, a maioria deles nos mostra que nos primeiros meses uma dieta proteica colabora com perda de peso mais rápida e intensa, mas ao longo de 1-2 anos de acompanhamento a perda total de peso com dieta proteica, balanceada, com carboidratos ou gorduras é muito semelhante. Isso porque todas as dietas são hipocalóricas, independente da sua composição.
Gazeta Regional: Como ocorre a perda de peso com um cardápio rico em proteínas (como modifica o metabolismo, afeta a sensação de saciedade)?
Por ordem de saciedade temos em primeiro lugar as gorduras, depois as proteínas e por ultimo os carboidratos. A dieta proteica produz uma maior saciedade, além de estimular a queima de gordura do nosso organismo. Não fornecendo a energia (que vem do carboidrato), obrigamos o nosso organismo a produzir esta energia através da queima de gordura corporal.

Gazeta Regional: Quais os principais distúrbios metabólicos e riscos para a saúde associados a esse tipo de dieta?
Como todas as dietas, ela deve ser realizada com acompanhamento. Uma dieta muito restritiva pode levar a deficiências de vitaminas e minerais, com sintomas destas carências. Além disso, um excesso de proteína pode causar sobrecarga renal, principalmente em pessoas que já possuem doenças como Hipertensão e/ ou Diabetes. Se associada a um baixo valor calórico, pode causar lesão no fígado, perda de potássio na urina, sintomas como câimbras, irritabilidade e distúrbios cardíacos.

Gazeta Regional: Comer bastante carne, frango, peixe, ovos e leite traz benefícios ao corpo?
Sempre devemos pensar nos nutrientes que determinado alimento nos traz, e neste caso podemos falar do grande grupo das Proteínas e dos micronutrientes específicos destes alimentos.
As proteínas são parte fundamental na formação de novas células do corpo, nas cartilagens, na manutenção de tecidos como o muscular, no transporte de substâncias pela corrente sanguínea.Elas ajudam a prevenir a perda de massa muscular que ocorre com a idade, muito comum nos idosos
 A carne é fonte de ferro e vitamina B12, o ovo é fonte de colina, luteína e zinco, o peixe de água salgada é fonte de Omega 3, o leite de Cálcio, fósforo, magnésio, além de sua gordura  ajudar na absorção da vitamina D.
Concluindo, todos eles trazem benefícios à saúde e fazem parte de uma alimentação saudável e balanceada.

Gazeta Regional: Quais são as suas orientações para pacientes que a procuram no consultório interessados em adotar esse tipo de dieta para perder peso?
Acredito que dietas restritivas devam ser utilizadas em casos específicos. Com frequência, no meu consultório, explico aos pacientes que a melhor dieta é a que mais se aproxime da sua realidade, que  adapte- se à sua rotina, sem causar fome ou desconforto. Pois o que todos buscam é melhorar a saúde e manter os benefícios de uma alimentação saudável, trabalhando isso a perda de peso vem de forma secundária e natural, independente da composição da dieta.


domingo, 21 de abril de 2013

Ômega 3 - uma família de benefícios!


A Agência Brasil divulgou esta semana uma pesquisa, realizada pela Universidade de Harvard, sobre a interferência do ômega-3 na dieta e saúde dos brasileiros. O estudo sugere que homens e mulheres acima de 65 anos e que consomem peixes ou frutos do mar com  ômega 3 têm chances de viver em média 2,2 anos a mais. O consumo de produtos com esse tipo de ácido graxo também pode contribuir para reduzir o risco de mortalidade (em 27%) e de doenças cardíacas (em 35%).


1 – O ômega-3 reduz o nível do colesterol, fortalece o sistema imunológico, auxilia o aprendizado, a memória e a concentração, melhora o humor, previne problemas do intestino e crises respiratórias. Até que ponto você concorda com esta informação? É possível explicar o por quê de alguns desses benefícios?

Em primeiro lugar devemos esclarecer que o termo ácidos graxos ômega-3 refere-se a vários ácidos graxos desta família, sendo os ácidos linolênico, eicosapentaenoico (ou EPA) e o docosahexaenoico (ou DHA) os representantes mais importantes. São ácidos graxos poliinsaturados que não podem ser sintetizados no organismo humano, por isso chamados de essenciais. Portanto, tem que ser ingeridos na alimentação.
Estas informações estão corretas, e com embasamento científico de tais benefícios.
A existência de um teor elevado do ácido DHA no cérebro e retina sugere que este exerce um papel importante no sistema nervoso e visual.
Eles previnem doenças cardíacas por alterar a composição lipídica da placa arterial(que causa o “entupimento” da artéria e posterior infarto ou derrame),por reduzir a formação de triglicerídeos pelo fígado e aumentar discretamenta o HDL (bom colesterol).


2 - Em qual quantidade ele deve ser consumido diariamente para surtir efeito na saúde?

As informações científicas atuais não possibilitam uma estimativa unânime de valores para ingestão. Recomenda-se, de uma forma geral, que 10% da ingestão de energia deva ser na forma de ácidos graxos poliinsaturados. A Sociedade Internacional para Estudo dos ácidos graxos e lipídios estabelece 2,2g/d de ácido linolênico e de 0,65g/d de EPA e/ou DHA. Já o Conselho de Alimentação e Nutrição dos EUA recomenda 1,6g/d para homens e 1,1g/d para mulheres de ácido linolênico.

3 – O ômega-3 está associado ao sistema imunológico do corpo, como alimento protetor. Podemos fazer uma associação da substância com as doenças do sistema imunológico, como linfoma e leucemia?

O EPA e o DHA possuem função anti-inflamatória, inibindo a produção corporal de fatores que atuam na inflamação. Vários estudos estão sendo conduzidos com o uso do grupo ômega 3 juntamente com drogas antineoplásicas no tratamento de neoplasias de mama, intestino, melanoma, próstata e pulmão. Devemos aguardar o resultado destas pesquisas, que parecem ser promissoras.

4 – Quais são os peixes que estão no acesso do consumidor com mais concentração de ômega-3?

Nem todas as espécies de peixes tem a mesma composição em ácidos graxos.sendo, em geral, maiores os percentuais em peixes marinhos que nos de água doce. Peixes de água fria (salmão, sardinha, arenque) são mais ricos que os de regiões tropicais.

5 – As pessoas relacionam a imagem do peixe com o ômega-3, mas existem outros alimentos que contêm essa substância em taxas expressivas?

O peixe  é o único alimento com teores elevados de ácidos graxos ômega 3. A linhaça contém 30-40% de gordura, e destas, em torno de 50% é ácido linolênico.O  óleo ou farelo de linhaça pode ser utilizado na formulação de ração animal com o objetivo de aumentar a concentração de ômega 3 nas aves e ovos.
Em menores quantidades temos os óleos de canola e soja que contém acido linolênico, mas os valores não se comparam ao encontrado nos peixes.

6 – E o ômega-6? Existem prejuízos ao consumi-lo?

O termo ômega 6 também se refere a vários ácidos graxos, sendo os ácidos linoleico e araquidônico os representantes mais importantes. A ingestão elevada de ácido linoleico nas dietas ocidentais, proveniente da utilização de óleo de soja e milho como fonte de gordura, causou elevação da produção de ácidos poliinsaturados desta família nos nossos organismos, pois na composição destes óleos mais da metade é ácido linoleico.
Alguns trabalhos recentes associam o consumo elevado de ômega 6 ao desenvolvimento de neoplasia de mama, mas os dados são conflitantes e mais pesquisas se tornam necessárias. Outros trabalhos mostram que uma dieta rica em gordura saturada e ômega 6, e com baixo consumo de ômega 3 predispõe a doenças cardíacas como Infarto e cerebrais, como AVC.

Entrevista cedida para: Vanessa Botega
                                    Imprensa - DNA Assessoria


segunda-feira, 8 de abril de 2013

NUTRIÇÃO ENTERAL

   Poucas pessoas sabem o que é uma nutrição enteral, muitos ainda têm receio pelo desconhecimento. Por isso vou explicar um pouco deste tipo especial de nutroterapia que realizo, principalmente, nos pacientes internados.
   A Nutrição enteral  tem o objetivo de fornecer as necessidades calóricas e proteicas para recuperação do paciente. Geralmente ela é prescrita quando a pessoa não consegue ingerir o mínimo necessário pela via oral. Pode ser oferecida por umas das vias abaixo:


   A via mais utilizada é a nasoentérica, causando um certo desconforto na região da orofaringe e podendo precipitar tosse, irritação de garganta e predispor ao apareciemtno de sinusite quando utilizada por um longo período.
   Caso o paciente não tenha uma perspectiva de retirada da sonda nasoentérica em 1 mês (4-6 semanas), opta-se pela realização de gastrostomia, uma passagem realizada através de endoscopia, de maneira rápida e eficaz, com menor desconforto para o paciente e melhor facilidade de manutenção para quem vai administrar a dieta.
   A jejunostomia é realizada mais em grandes cirurgias do aparelho digestivo, quando o cirurgião percebe maior risco de complicações na fase de recuperação, ele já faz uma jejunostomia durante a cirurgia para garantir a alimentação imediata.
   Por todas as vias e sondas utilizamos dietas especializadas industrializadas, realizando o cálculo das necessidades de maneira individual e considerando as doenças pré-existentes dos pacientes. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul fornece algumas dietas especiais, mas a espera pode chegar a 3 meses.
   Devemos lembrar que a nutrição enteral pode ser temporária, que quando o paciente tiver em melhores condições para se alimentar sozinho ou após realizar tratamento com a fonoaudióloga a sonda é retirada facilmente.
   Alguns pacientes com problemas neurológicos necessitam manter uma complementação da alimentação pela sonda por tempo indeterminado.
   Na dúvida, procure sempre orientação de uma nutricionista especializada em nutrição enteral ou um médico nutrólogo.