Uma pesquisa inédita da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia revela que as mulheres do sul do país têm maior deficiência de
vitamina D. Além da osteoporose, que é um problema decorrente dessa carência,
alguns especialistas indicam outros problemas, que nos chamaram a atenção:
doenças cardiovasculares, diabetes, câncer do intestino e desequilíbrio
neuromuscular.
Com a sua colaboração, queremos abordar a falta de vitamina D no organismo.
1 – Quais às reações do corpo à carência dessa
vitamina e como ela atua no organismo?
A deficiência de vitamina D resulta em
anormalidades do cálcio, fósforo e metabolismo ósseo. Ela diminui a absorção
intestinal do cálcio e fósforo, aumentando os níveis de um hormônio chamado
PTH, que libera o cálcio do osso para corrente sanguínea na tentativa de
equilibrar o cálcio que não foi absorvido corretamente. Isso leva à uma
diminuição da densidade mineral do osso e sua fraqueza, resultando em
osteopenia, osteoporose e fraturas.
Nos idosos também é comum a fraqueza muscular
ocasionada por esta deficiência, o que aumenta a chance de quedas e fraturas.
2 – Em quais alimentos encontramos esta vitamina?
Além disso, como repor a carência no sul do país?
A maior fonte de vitamina D é a exposição solar sem
protetor, pois o protetor solar bloqueia os raios UV, responsáveis por esta
síntese na pele. A pele negra e de
idosos produzem menos vit D que a pele
branca e de adultos jovens.
Poucos alimentos contém naturalmente vitamina D,
como o salmão, sardinha, cogumelos shitake, gema de ovo e óleo de fígado de
bacalhau. Nos Estados Unidos, muitos alimentos são fortificados com vitamina D,
como leites, iogurtes, manteigas, sucos de laranja, cereais e pães.
Para repor esta carência, precisamos avaliar não só
um exame isolado de vitamina D, mas também
o hormônio PTH e a história clínica deste paciente. Dependendo do grau, podemos
repor apenas com a exposição solar de pernas e braços por 10 min/dia antes das
10h ou após as 16h e/ou de forma medicamentosa através de suplementos.
3 – Que outros benefícios a vitamina D traz ao
organismo? E em excesso, o que pode acarretar?
A Vitamina D
é um potente hormônio regulador do crescimento celular. Algumas evidências
sugerem que ela ajuda a regular o crescimento celular e prevenir a progressão
de alguns tipos de tumores como mama, intestino, pulmão e próstata.
Muitas linhas de pesquisa defendem o conceito de
que a deficiência da Vitamina D pode estar envolvida no desenvolvimento e/ou
progressão de várias doenças como o câncer, hipertensão, doença cardiovascular,
doença neuromuscular, osteoartrite, diabetes e outras doenças autoimunes (Artrite
Reumatóide, Doença Inflamatória Intestinal, Lupus Eritematoso Sistêmico).
Apesar destas evidências, mais estudos em humanos são necessários.
A ingestão excessiva de vitamina D pode causar
fraqueza, náuseas, perda de apetite, dor de cabeça, dores abdominais, câimbras e
diarreia. Ainda mais grave, pode elevar a concentração de cálcio no sangue, com
aumento da pressão, desenvolvimento de cálculos renais e calcificações de
tecidos dos rins, coração, pulmões e vasos sanguíneos
Entrevista cediada hoje para:
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