sábado, 10 de agosto de 2013

Câncer e Obesidade - qual a relação?

1 – Lemos muito sobre como o acúmulo de gordura está associado à incidência de câncer de mama, próstata, fígado e tantos outros. Doutora, como é o tratamento para pessoas acima do peso e obesas que precisam de forma urgente eliminar essa gordura?

Não temos como prever quando as neoplasias vão se desenvolver, provavelmente ao longo da vida. As pessoas que possuem sobrepeso ou obesidade não  adquiriram esse acúmulo de gordura  em dias ou semanas, mas sim ao longo da vida também.
Portanto, não podemos tratar essas doenças como “urgentes”. O emagrecimento e a consequente perda de gordura corporal ocorrem através de uma alimentação balanceada, de baixa caloria e com a prática de atividade física. Isso pode levar meses ou anos, dependendo de cada caso.

2 – E, no aspecto da prevenção, que nutrientes podemos ingerir para driblar a vontade de comer alimentos com alta concentração de gordura?

A prevenção de alguns cânceres passa pela prevenção do ganho de peso e de hábitos saudáveis. A “vontade” de comer certos alimentos deve ser bem analisada e interpretada pelo profissional juntamente com o paciente, pois pode mascarar alguma outra patologia, como ansiedade ou compulsão alimentar.
Ingerir alimentos com gordura não se torna tão prejudicial se escolhermos as gorduras boas: leite, derivados, oleaginosas (castanhas), azeite de oliva. Além disso, acrescentar alimentos que “combatem” a absorção dessa gordura, como os fitoesteróis e fibras, é uma tática muito bem utilizada.

3 – No nosso Estado, o consumo de carne é muito alto. Ela pode interferir na saúde da pessoa, seja ela obesa ou não? Se sim, de que forma?

Importante lembrar que a carne é rica em proteína, ferro, zinco, vitaminas do complexo B e vitamina A, portanto seu consumo é recomendado como fonte de nutrientes.
Estudos evidenciam que quem não consome carne vermelha (vegetarianos) se comparados aos quem ingerem  em pouca quantidade (1-2x/sem) ou quem só ingere carne branca (peixe ou frango) tem menor índice de câncer do que quem consome em grande quantidade (> 3x/sem).  Esses mesmos estudos sugerem que quem consome mais carne vermelha tem maior tendência de consumir mais calorias como um todo, poucas frutas ou verduras e ser sedentário.

Além disso, muitos estudos foram realizados com carne processada, comum nos EUA, e inexistente aqui no Brasil.

4 – Os embutidos e enlatados têm a fama de não serem saudáveis. Que espécies de substâncias podem ser encontradas nesses alimentos? De que forma podemos substituí-los mantendo uma dieta saudável?

Estes alimentos passam por processos para aumentar durabilidade, melhorar palatabilidade e alterar cores. Estes processos levam  ao desenvolvimento de compostos carcinogênicos (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, aminas aromáticas, nitrosaminas) com potencial de alterar o DNA,  podendo o  alto consumo  contribuir para o desenvolvimento de neoplasias.

Em uma dieta equilibrada devemos  utiliza-los de forma esporádica, como exceção. Devemos sempre preferir outras fontes proteicas, como carne branca, carne vermelha magra, ovos, queijos e leite.

Entrevista cedida para:

Vanessa Botega
Imprensa - DNA Assessoria
Av. Flores da Cunha, 903, sala 1213 - Centro
Cachoeirinha - RS


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