Muitos pacientes acreditam que a cirurgia bariátrica é a cura da obesidade e de todas as doenças à ela associadas. Poucos tem a consciência dos riscos e cuidados que devem ter após se submeter à cirurgia.
Primeiramente, alguns pacientes obesos, antes de operarem, já estão em risco nutricional, com deficiência de vitaminas e minerais secundários aos maus hábitos.
Ao realizar um dos procedimentos comentados em posts anteriores (este da foto é o mais utilizado - Fobi-Capela), o paciente retira parte do intestino responsável pela absorção de vários micronutrientes, passando a ter mal-absorção e podendo evoluir com desnutrição.
Esse conceito é muito importante, pois o paciente troca a doença OBESIDADE pela doença DESNUTRIÇÃO, ambas crônicas e que necessitam de acompanhamento e tratamento por toda a vida. Por isso o uso de suplementação com polivitamínicos deve ser feito por tempo indeterminado.
Alguns estudos apontam que 20% dos pacientes voltam a ganhar peso em até 10 anos após o procedimento, retornando ao sobrepeso e/ou obesidade, ocasionando alto risco de doenças secundárias (pois o paciente passa a ser um obeso desnutrido!). Outros estudos evidenciam que a suplementação com polivitamínico não previne a carência de todos os micronutrientes, sendo frequente a necessidade de tratamento específico para deficiências como ferro, vitaminas do complexo B (principalmente B12), vitamina D, vitamina A.
Além disto, não são todos os polivitamínicos que atendem as necessidades dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica: idealmente o composto deve ter > 400 mcg de ácido fólico, > 18 mg de ferro na forma de fumarato ferroso, conter zinco e selênio na fórmula e preferencialmente citrato de cálcio no lugar do carbonato.
Portanto, é necessário um seguimento rigoroso após a cirurgia bariátrica, visando prevenir as complicações da desnutrição e tratar as deficiências de nutrientes.