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"Estamos produzindo um novo material para revista
Integrativa, que vai abordar a obesidade e suas perspectivas para o futuro,
pensando na prevenção. Para isso, gostaríamos de contar com sua contribuição
para comentar algumas informações de pesquisas que trazemos abaixo:"
Cientistas da Universidade de Cambridge, na
Inglaterra, identificaram uma mutação no gene “KSR2” que retarda o processo de
quebra da glicose e dos ácidos graxos, o que pode levar à redução da atividade
metabólica. Com isso, as pessoas sentem um aumento na vontade de comer ainda
quando crianças, mas, com a taxa metabólica reduzida, são incapazes de queimar
tudo o que consomem. Entre os mais de dois mil pacientes analisados, cerca de
2% deles apresentaram mutações no gene. Há algum tempo, pesquisadores de todo
mundo já estudam pessoas que têm em
seu DNA , “instruções” específicas que as tornam mais
propensas a acumular gordura.
Com base nessas informações e em outros estudos que
indicam fatores genéticos que predispõem as crianças a desenvolverem obesidade
desde cedo, quando é o momento ideal para começar a prevenção na infância e de
que forma isso é feito? Como isso vai refletir no futuro, principalmente no que
toca o desenvolvimento de outras doenças, como câncer e diabetes?
Costumamos salientar que o momento ideal
é na mulher jovem, antes dela gestar. É de conhecimento da comunidade
científica a “Programação metabólica uterina”, onde o embrião/feto recebe estas
informações genéticas e inicia sua programação para o desenvolvimento ou não
destas doenças como o Diabetes e o Câncer na vida adulta. Agora, supondo que
esta mãe não realizou um acompanhamento prévio e nem durante sua gestação, ao
introduzir novos alimentos na alimentação do bêbe, que pode ser apartir dos 4
ou 6 meses, deve fazer com certos cuidados e precaução, com orientação de seu
médico pediatra, nutrólogo pediatra ou nutricionista infantil.
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Para 2030, o sinal é vermelho. Estima-se que
naquele ano, 42% dos adultos norte-americanos serão obesos, e cerca de um
quarto desse grupo estará com níveis alarmantes de obesidade. No Brasil, o
problema caminha a passos largos. Mais da metade dos brasileiros estão acima do
peso e quase 16% são considerados obesos, segundo o Ministério da Saúde.
Sabe-se que a alimentação desregrada, causa da
obesidade entre a maioria dos americanos, é muito “copiada” no nosso país. As
comidas rápidas oferecem a ilusão de serem mais saborosas e também proporcionam
um consumo mais rápido, o que contribui para o ritmo frenético de trabalho.
Como podemos substituir os alimentos consumidos por aqui, esses mesmos que
refletem o caos da saúde dos EUA?
A indústria do Marketing ainda é muito
forte, com apelo principalmente às crianças e aos jovens. O primeiro passa
seria os pais cobrarem do Governo políticas que coibissem essas propagandas,
como exemplo do que foi feito com o cigarro. Atualmente os comerciais de
refrigerantes estão ligados a felicidade, os de fast-food à prática
esportiva...as cantinas do colégio oferecem este tipo de alimentação...como não
virar um adulto com estes maus hábitos?
Oferecer no colégio, na faculdade, na
lancheria da esquina do trabalho,
lanches rápidos e saudáveis, como um sanduíche natural integral, um
iogurte com granola, um suco natural com cookies integrais. Não é tão mais caro
e nem mais difícil, é questão cultural, de mudança de hábitos de quem vende e
quem compra.
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O perigo para saúde vai além das 26 doenças que a
obesidade pode estar relacionada. O câncer de mama andou ao lado desse problema
em cerca de 75 mil procedimentos ambulatoriais no SUS, em 2011. Casos de câncer
de estômago também foram relatados por causa de sua relação com a obesidade, e
1.900 pessoas foram internadas por causa do peso e o câncer de esôfago.
Sabendo disso, doutora, qual o peso da dieta na
prevenção do câncer?
Atualmente, cada vez mais se
reconhece que vários componentes da dieta são capazes de modificar os riscos de
câncer. Nos últimos 5 anos inúmeros estudos evidenciaram que há uma relação
clara e nítida entre o aparecimento de determinados tipos de câncer e a
alimentação.
As frutas e verduras possuem
compostos bioativos como flavonoides, vitaminas, fibras capazes de atuar no DNA da célula sadia e da célula
cancerosa. Um estudo muito recente nos mostra que pacientes que ingeriram mais
frutas e verduras tiveram um menor número de câncer dos que não chegaram a 3
porções/dia.
Fontes pesquisa:
Obesidade em 2030: http://articles.washingtonpost.com/2012-05-07/national/35456376_1_obesity-rates-severe-obesity-obesity-program